segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Erotismo Garantido
Cinema: Rodagem de 'Contrato' começa hoje
Erotismo garantido
Actor passa para trás das câmaras, num filme que abre novo ciclo na sua vida.
"Expectante mas sem nervosismos.” Assim se encontrava ontem à tarde Nicolau Breyner, a poucas horas do arranque do primeiro dia de filmagens de ‘Contrato’, que marca a estreia do actor de 67 anos na realização cinematográfica. Actor, produtor e realizador de televisão, “este é o primeiro filme de alguns” que espera ainda vir a fazer em “mais 30 anos de carreira”. “Tenho 67, por isso, tenho 30 anos até aos 97”, brinca, fazendo um paralelismo com a longevidade de Manoel de Oliveira, de 99 anos, o mais velho cineasta em funções.
Hoje de manhã afinam-se os detalhes para quatro semanas de rodagem de uma trama adaptada por Álvaro Romão e Nicolau Breyner do livro de Dinis Machado ‘Requiem para D. Quixote’ (1968).
“É um policial de intrigas, marginais, com crime e um ambiente pesado mas onde prevalece o amor”, resume o realizador, que teve o apoio do ICA em 450 mil euros.
Detalhes sobre as personagens principais também não são desvendados. Mas fica desde já a promessa: “Claro que há uma componente erótica muito forte!”, garante Nicolau Breyner, que também tem um pequeno papel em ‘Contrato’.
Num filme de “acção, mistérios vários e marginais” que se movimentam num ambiente ‘upper class’ (alta sociedade), ficou apenas a faltar uma maior abertura da autarquia lisboeta na facilitação de acesso a décors. Por isso, Nicolau vai rodar em Sintra, Cascais e Estoril, maioritariamente, lamentando não o poder fazer com mais facilidade em Lisboa. “São muito caras as taxas para se filmar na rua”, afirma o ‘novo’ realizador de filmes para o grande ecrã, antes de deixar um pedido: “Não matem o cinema. O cinema é cultura!”
A ENFERMEIRA E O ASSASSINO
Para protagonizar o par romântico da história Breyner foi buscar Pedro Lima – “um assassino frio” – e a estreante Cláudia Vieira – “uma enfermeira rebelde e apaixonada” –, navegante de primeiras águas no grande ecrã. “Vamos fazer novas estrelas de cinema”, brinca Isabel Chaves, da Hora Mágica, co-produtora do projecto que conta com a parceria da TVI, estação com a qual Nicolau assinou contrato de exclusividade por três anos. E como se sente ele ao voltar a trabalhar com a NBP, produtora que fundou em 1990, também ela parceira da estação de Queluz? “Não sou de saudosismos e estou entusiasmado por fazê-lo com grandes profissionais, com o meu amigo José Eduardo Moniz [patrão da TVI] e numa estação líder de audiências”.
UM PERCURSO SINGULAR
João Nicolau de Melo Breyner Moreira Lopes, de nome completo, nasceu a 30 de Julho de 1940, em Serpa, Alentejo, e estreou-se nos palcos do Teatro da Trindade na peça ‘Leonor Telles’, de Marcelino Mesquita. Celebrizou-se na Revista à Portuguesa e daí à televisão foi um pequeno passo. A rábula ‘Senhor Feliz e Senhor Contente’, de 1975, foi a rampa de lançamento para programas de humor em nome próprio: ‘Eu Show Nico’, ‘Nico d’Obra’ ou ‘Euronico’ fizeram história no humor português.
Para além de actor – frequentemente requisitado para telenovelas e séries nacionais (como ‘A Ferreirinha’, ‘João Semana’ ou ‘Pedro e Inês’) – Nicolau Breyner é também produtor (fundou a NBP Produções) e realizador de televisão. Foi co-autor da telenovela ‘Vila Faia’. Tem ainda uma filmografia vastíssima que já lhe valeu três Globos de Ouro para melhor actor: em ‘Kiss Me’ (2004), ‘O Milagre Segundo Salomé’ (2004) e ‘Os Imortais’ (2003). Foi casado com Sofia Sá da Bandeira e é actualmente sua mulher Mafalda Bessa.
Correio da Manhã, 14 de Janeiro
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